quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Releitura de “O Primo Basílio” por Nathália de Souza Torres

  Ensinar literatura implica desenvolver habilidades de leitores proficientes, ou seja, cidadãos que tenham habilidades não só de ler, mas de compreender e interpretar os diferentes gêneros e tipologias textuais, escritos em diferentes modalidades da língua.

  A atividade de releitura, segundo POSSAMAI e SARDAGNA, 2008, p. 70, é entendida como reprodução/reformulação do sentido dado a um texto/fonte para a produção de um texto derivado.

    Nesta postagem você observará uma releitura da obra “O Primo Basílio” de Eça de Queirós.
A atividade foi desenvolvida com os alunos da 2ª série do Ensino Médio “A” no período matutino, sob a orientação da professora Lucivani Cervieri, na disciplina de Língua Portuguesa/Literatura.  
Profª. Lucivani Cervieri


O Primo Basílio


Luísa era uma dondoca linda e sonhadora que vivia na cidade de São Paulo cercada de amigos e que tinha suas empregadas para lhe servir. Uma de suas empregadas Juliana uma linda jovem que tinha inveja de sua patroa.
Luísa sofria na mão de seu marido porque ele não a trava com o amor que ela deseja e lia em seus livros, Jorge vivia ocupado com seu trabalho e sempre tinha seus amigos para entre-lo esquecendo-se de sua esposa.
Um dia Luísa passeava no parque e encontrou um parente seu que ela não via fazia muito tempo.
–Basílio é você?
– Luísa?
– Sim, sou eu!
– Nossa como esta bela minha prima e continua sonhando em ir para Paris?
– Eu nunca deixaria de sonhar com isso meu primo.
– Mas está correta um dia você ira, confie em mim.
– Eu sempre confiei em ti.
Luísa disse isso com um sorriso nos lábios.
– Mas deixe disso vá a minha casa visitar-me estou sempre livre!
– Que tal se eu for agora mesmo não estou fazendo nada.
– Pois vamos meu primo.
Então eles foram até a casa de Luísa e durante o percurso conversaram e lembraram-se do passado e das peraltices da infância.
Basílio um pouco acanhado, mas ansioso entrou na casa de sua prima enquanto ela ia até a cozinha, chegou lá e viu Juliana sentada a mesa.
– Não seja inútil Juliana me faça um suco para servir ao meu primo.
– Sim senhora eu sinto muito.
– Cale a boca e haja mais rápido.
Luísa saiu da cozinha e foi para sala onde seu primo estava esperando, então ela colocou uma música para os dois ouvirem.
 – Se me permite, gostaria de dançar?
Estava tocando uma música lenta.
– Mas é claro que sim.
Basílio pegou sua mão delicadamente e passando a outra pela sua cintura pôs o rosto de Luísa colado em seu peito. E ficaram assim por certo tempo até que Juliana entrou na sala.
– O suco senhora.
– Coloque em cima da mesinha e saia.
Então Basílio sentou-se e tirou elegantemente uma carteira de cigarros de seu bolso e acendendo o cigarro começou a admirar sua prima com um ar de ternura. Levantando de repente foi até a porta.
– Vou embora minha querida prima.
– Mas já fique mais um pouco meu marido está chegando precisa conhecê-lo.
– Sinto muito, amanhã eu virei novamente.
Luísa aproximou dele de seu primo e deu-lhe um beijo em seus lábios, que estava com gosto de cigarro.
– Espero você amanhã meu amado primo.
Quando chegou a noite Luísa comentou sobre a visita de seu primo para Jorge. Foram dormir, por que na manhã seguinte Jorge tinha que partir de viagem, pois havia sido convidado para construir uma cidade.
Luísa acordou com um grande sorriso, seu primo iria visitá-la, mas ao invés disso recebeu flores e uma carta dizendo:

Minha querida prima,
Ainda posso sentir o gosto de seus lábios em minha boca e sentir o cheiro de seu cabelo em meu palito.  
Tenho uma surpresa espere-me arrumada na frente de sua casa às cinco horas desta tarde.
                                                                       
                                                                      Beijos de seu amado Basílio. 
Luísa saiu correndo para ver a hora e sem perceber que havia esquecido a carta de seu primo sob a mesa foi ao seu quarto trocar-se, pois tinha que ir até a casa de sua amiga para lhe contar a novidade. Luísa foi para sua casa somente depois do almaço e foi direto para seu quarto arrumar sua mala. Descendo as escadas se deparou com seu irmão Sebastião e ela correu para abraçá-lo e explicou-lhe que iria sair com seu primo Basílio, mas seu irmão não esboçou reação nenhuma sobre o assusto somente queria ficar junto de sua querida irmã. Foi até a porta para acompanhar Sebastião e viu seu primo encostado em um carro do outro lado da rua a sua espera. Luísa se despediu do irmão e prometeu que iria visitá-lo e depois disso foi buscar sua mala. Os dois entraram no carro e Basílio dirigiu para longe da cidade até chegar uma fazenda onde havia uma casa velha de madeira. Luísa saiu do carro e sorriu para seu primo, para ela não importa o lugar, o importante seria que aquele desejo que a consumia fosse imediatamente saciado.
– Pensei que iria gostar se viéssemos aqui, foi onde passamos nossos melhores momentos. Vou desfazer as malas.
Luísa ficou parada olhando o pôr do sol e relembrando de seu passado, então entrou na casa e foi direto tomar banho, ela entrou no quarto e começou a tirar sua roupa, aguardando o momento em que Basílio entrasse pela porta.
– Desculpe prima não sabia que estava aqui.
– Não tem problema, eu o aguardava.
Luísa virou nua para seu primo e foi caminhando em sua direção, percebeu que o sentimento era recíproco, atirou-se nos braços do amante entregando-se ao desejo latente.
Na manhã seguinte saíram cedo e voltaram para a casa Luísa e os dias que seguiram encontros escondidos, ela recebia cartas de seu primo e estas desapareciam. Até que em uma noite ela e seu primo foram pegos juntos por seu irmão Sebastião que ameaçou contar tudo para seu marido, então Luísa implorou para que ele não contasse, porém não resolveu.
– Irmão você está me obrigando a tomar medidas que jamais iria fazer.
Sebastião deu as costas a sua irmã e descendo as escadas ela o emperrou. Juliana estava por perto viu o que ocorreu. Luísa correu atrás de Juliana falando para que ela não desse as costas para sua senhora e quando ela ia em direção a porta Juliana depara-se com Basílio.
– Não deixe a empregada fugir.
Basílio segurou o braço de Juliana e a emperrou fazendo com que ela caísse.
– Luísa eu vou contar para seu marido sobre vocês dois eu tenho todas as cartas que recebeu.
Luísa começou a sufocá-la, não conseguindo matá-la foi até a cozinha e pegou uma faca. Juliana com medo tentou fugir, mas Basílio a segurou então Luísa enfiou no peito da empregada.
E eles levaram o corpo de Juliana para o carro. Foram até a fazenda e enterraram o corpo da empregada, fazendo isso eles olharam um para o outro e Luísa falou.
– Antes ela do que nós.
Na manhã do dia seguinte foram para o aeroporto e compraram duas passagens para Paris e esquecendo todo o passado. 

Autora: Nathália de Souza Torres
Fonte: Profº. Nilson Caires

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